LOBO

São cinco horas da manhã lá onde mora a felicidade

No meu corpo é zero hora

A hora da ausência

O vazio da existência

A prece que não sei fazer

Paisagens jamais alcançadas

Nos olhos dos lobos

Na maciez das patas do jaguar

No sensato vôo das garças

Por detrás dos montes o sol esconde a verdade

A festa das estrelas ao redor da lua

Seduz humanos bichos

Enterra os dentes de sabre nas gargantas

Vítimas da esperança

Encravadas no cenário

Livres

Sem pensar

Mortas

Sem amar