Rabiscos

Enrosco a caneta num papel

e rabisco meu apreço por teu gesto.

Cada linha que traço

é teu nome que fica impresso,

é tua lembrança que perdura,

é a lágrima que borra a tinta.

Em cada verso que invento

ficam rimas descompassadas,

apressadas em lembrar teu nome.

A caneta rabisca

E tua voz sopra em meu ouvido,

ditando frases e acentos.

Quando tento pontuar as letras,

após "és minha",

sobra-me apenas a interrogação,

que a caneta, impiedosa,

rasga e exala num suspiro.

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 12/10/2008
Código do texto: T1224415
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