Rabiscos
Enrosco a caneta num papel
e rabisco meu apreço por teu gesto.
Cada linha que traço
é teu nome que fica impresso,
é tua lembrança que perdura,
é a lágrima que borra a tinta.
Em cada verso que invento
ficam rimas descompassadas,
apressadas em lembrar teu nome.
A caneta rabisca
E tua voz sopra em meu ouvido,
ditando frases e acentos.
Quando tento pontuar as letras,
após "és minha",
sobra-me apenas a interrogação,
que a caneta, impiedosa,
rasga e exala num suspiro.