essência.

espesso véu daquele ser

Não vem de nascença,

foi moldado e talhado

com o tempo, feitura

minuciosa, obra da vida

e do medo, que assombra

o esquecimento.

Retém em si marcas

indeléveis duma

existência insegura e vã.

suas reentrâncias

oculta uma vida, que não quer

ser sentida .

Escondida no meio

de vozes e ruídos,

intocável na existência

segue vendo sem ser vista,

sentido outras matérias,

sem ser sentida,

entre lágrimas.

Submersa na escuridão

onde tudo há

persistência nas coisas.

E cada vez que sai

é sempre aquilo que já tinha

visto antes, nada muda, nem

se transforma, mas tudo se

conserva, intacto.

Não sente pasmo,

nem emoção no frouxo

riso, nas estreitas conversas,

não sente nada, não Interroga,

não provoca . Convive com todas as

as respostas e soluções. Ao seu

leve toque tudo se transformaria

O ar em fogo, a vida em morte,

o caos em paixão e poesia, e o

mundo transbordaria em paz. A

lucidez andaria ao pé da loucura,

e tudo seria normal e calmo. Mas

seu rico manancial de sensações

jorra num deserto, numa ilha.

Esperneia

em gritos mas eco não vem

Não chega resposta, não chega vida,

Não chega ninguém.

impenetrável na sua riqueza,

emana apenas um sutil

odor virginal e sente correr-lhe em

toda sua matéria um torpor extasiante,

incomensurável prazer de viver sem

ser sentido.

alçando vôo leve como um pena a rodopiar

na densa noite.

Douglaz K
Enviado por Douglaz K em 12/10/2008
Reeditado em 10/07/2012
Código do texto: T1223825
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