Soma
Sonhei
você vindo de flor e poesia,
derramando teu cheiro pra mim,
versando sob a lua;
a lua cheia,
cheia de vergonha,
fecha os olhos e descansa
enrubescida.
A noite escura clareia
se você conduz o meu frio.
Rio se fecha na secura
se me segura pelas mãos
e me mostra
minha outra metade.
Rangendo-se,
a porta se abre,
fazendo fugir a escuridão,
deixando-se penetrar,
desveladamente,
pela luz em feixes,
traçando desenhos no chão.
Eu me enrosco
e me faço do pó;
sem censura,
entre braços e pernas discretas,
como o vento,
me sopro em ti
sem pensar.