FAZENDA

Espero na alvorada um dia alegre,

com pardais e quero-queros em sintonia.

E espero ainda que o mugir do gado,

faça coro à cantoria da minha Maria.

Na tabôa sapos já foram dormir,

e serão os canários quem cantarão.

Sem deixar o vôo livre para o norte,

onde verão a mudança de estação.

Desce, o rio que abunda de peixes,

despenca a cachoeira de águas cristalinas.

E encostas onde o picapau tem seu ninho,

lá nos ipês com suas cores tão divinas.

E vazia está a cabana do caboclo Cutuba,

nome estranha para aquele eremita.

E na pastagem junto com preás assustadiços,

perde seu verão uma andorinha já aflita.

Como dar adeus á natureza indo ao meio urbano?

nesse dia que começou e rápido foi findando,

Tudo é alegria e alegre vou passando também,

e não sei se estou indo ou se estou voltando.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 11/10/2008
Reeditado em 19/04/2009
Código do texto: T1222987
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