FAZENDA
Espero na alvorada um dia alegre,
com pardais e quero-queros em sintonia.
E espero ainda que o mugir do gado,
faça coro à cantoria da minha Maria.
Na tabôa sapos já foram dormir,
e serão os canários quem cantarão.
Sem deixar o vôo livre para o norte,
onde verão a mudança de estação.
Desce, o rio que abunda de peixes,
despenca a cachoeira de águas cristalinas.
E encostas onde o picapau tem seu ninho,
lá nos ipês com suas cores tão divinas.
E vazia está a cabana do caboclo Cutuba,
nome estranha para aquele eremita.
E na pastagem junto com preás assustadiços,
perde seu verão uma andorinha já aflita.
Como dar adeus á natureza indo ao meio urbano?
nesse dia que começou e rápido foi findando,
Tudo é alegria e alegre vou passando também,
e não sei se estou indo ou se estou voltando.