Clandestino

Sou mansa no teu agito

tropeço no teu ritmo

calada no teu sorriso...

teu corpo é puro sol

minha pele procura a lua

vivo entre quatro paredes

e tua casa é a tua rua...

danço ao som de um adágio

mas chegas como um menino

enroscando em mim tuas pernas

assoviando um “adiós nonino”...

e insistes nessa dança

ao me flagrar desprevenida

com a alma inquieta

esbarrando na tua lembrança...

e não importa meia noite

tanto faz o meio dia

nessa hora é que eu te encontro

clandestino na poesia...