MINHA POETISA

Ela chega e nem avisa.

Vem... machuca e pisa

nem imagino o que ela visa

porém, me alucina

com sua pele clara e lisa.

Pisa...pisa...pisa!

minha bela poetisa.

Vou fazer uma poesia

no guardanapo do restaurante

somente para ti

mulher de longe

que nunca vi

mas que conheço

mais e mais.

E parece que toco seu corpo

absorto

sem vê-la

para tê-la.

Parecemos íntimos

como se nos conhecessemos há muito.

Que surpresas mais teremos

quando nos virmos ?

Ao som de uma música melodiosa

com um frasco de essência de Baco

vou olhá-la

e cheirá-la

e escrever... e descrevê-la,

antes de devorá-la

como eram, os viajantes

devorados pela esfinge indagadora.

Donde viestes serva da poesia

e escrava do amor ?

Plebéia nobre

de que estirpe saistes ?

És um sonho, por acaso ?

És um anjo punidor

ou um demônio avassalador ?

Entra e sai do meu dia-a-dia

como passageira do metrô

causando-me grande furor.

Agora... imploro:

já que entrastes

viajaremos juntos.

Não mais desembarques!