vermes
dentro da carne
apodrece vermes
seu mal cheiro não
faz sentir quem
passa. A matéria
entupida aos poros
de sujeira e morte;
até o instante da
dissipação,
conserva-se
submerso
entre aqueles
que perseveram
na burrice, no pó e
no mal costume, que
em uníssono no
ronco e choro,
orquestram na aurora,
momento mais sublime,
lamentações pelas
orelhas, os equívocos
de sentir.
Nesse mar de estilhaços
onde tudo fica, corta e
sangra - cantam, trocam
injúrias, compartilham
afagos - nem que
não seja ardente.
O contato molhado,
que fixa na pele: fios
de cabelo e restos
de unhas. O grotesco
revelado através da
comunicação ancestral.
Por um instante se
apartar.
deitar ao contato do
barro, voltar a
origem da matéria,
e sentir ser corroído,
deteriorado numa
clara manhã.