SEM LÁGRIMAS...
A manhã seguinte
ignorando minha sede
como areia cortante
varreu o dia de ontem
outonos, invernos esquecidos
e o corpo amoroso deserto.
Fixo os olhos em todas outras manhãs
indo embora nos ventos
a alma vazia no amargo ilusório azul
detalhes cada vez menores
daquela última insensatez
até que não haja
mais lágrimas nos olhos.
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12/03/06-15h