Interceda!
para Helena C de Araujo
Preciso de um favor teu, flor da primavera:
— Que tu peças perdão — por mim —
à tua alma. Dia desses, ressonava...
quando então percebi:
— A minha alma conversava
com a tua.
Ansiosa e agradecida
— a que habita em mim —
ela insistia em me trazer à consciência
versos para saudar... teu existir:
— Palavras — voluntariosas — me invadiam,
e embargavam o meu sono.
Irresponsável... deixei-as silenciar e
— Peccato! — acabei conseguindo:
— Se o arrependimento... Agora
procuro lembrar, aquelas palavras
— tão belas, tão meigas... mágicas —
que suspiravam... já não estão mais.
Creio, porém, não ser preciso pois
tua alma há de compreender tudo isso:
— Mesmo sem o sabermos
elas se comunicam... e se entendem!
É o mysterium tremendum
et fascinans.