COMPAIXÃO

COMPAIXÃO

Julgam-me ateu

Por que não sigo religião alguma.

Mas porque ateu

Se meu espírito é todo compaixão?

Compaixão ao próximo,

Àquele necessitado.

E essa compaixão não é aquela

Forma medíocre como disseram

Por meio de Zaratustra não.

A compaixão deve mover sim o ser humano.

Não a fraca piedade,

Isso não!

Mas a forte piedade:

O indignar-se com todo poder

Que fora subvertido.

Subverteu-se o poder:

Arruinou-se o meio!

Minha compaixão,

Minha piedade é mais importante

Que simplesmente orar, gritar e ajoelhar-se.

Na religião pode-se ser hipócrita;

Na compaixão jamais.

Nem todo aquele que se julga religioso

Tem compaixão.

Agora todo aquele que tem compaixão

Flutua sobre a nuvem do espírito da justiça.

Indiferença à religião.

E não ame aquele que te odeia não,

Seja tão-só indiferente.

Odiar o ódio é compaixão.

Complacência ao próximo é compaixão.

Amor ao próximo é compaixão.

Lembre-se:

Ninguém vive sozinho.

Então para quê se quer o outro para odiar?

No mínimo seja indiferente

E odeie o ódio!

A paz de espírito é o bem social.

Jesus não foi religioso;

Foi socialista, pacificador.

Também não foi deus;

Foi homem!

Um excelente homem.

Agora quem usa a imagem do grande Jesus

Para instigar instintos e conseguir poder:

Não é religioso;

É fingido endemoniado!

Manel Clélio (Kekel)
Enviado por Manel Clélio (Kekel) em 08/10/2008
Reeditado em 08/10/2008
Código do texto: T1218271