Escrevinhadores (as)
Quando se viaja por Camões,
na mais pura Flor do Lácio,
Sente-se o "Pater Latim" de Horácio
suster a pena de Vieira, o dos Sermões;
tal e qual a de Euclides, o dos Sertões.
Do bardo Camões
têm-se noticias de Viriato guerreiro.
Com Cecília, de (B) brasil e brasões,
de Tiradentes, puro herói brasileiro.
Tanto valor nessa gente guerreira,
Mestre e Ilustre Bandeira,
que tua será Pasárgada inteira.
De ti, Mestre Pessoa, ouve-se a Precisão de viver.
De ti, Drumonnd - Mestre Mor - sabe-se do ferro
que há na Alma. Ferro que faz a couraça
donde se vive até por pirraça.
Há que se chorar pelos secos Enteados
da Madrasta Sorte dos chãos ressecados.
Sente-se a fome, a dor e o desengano
em cada ruga de Sinhá Vitória, dona de Fabiano.
Crias do gênio de Graciliano.
Pudesse, agridoce Clarice,
namoraria tua Macabéia.
Anjo retardo e Princesa Plebéia
desprendida d'alguma Epopéia.
Necessário é andar nas Minas das Veredas,
que o Dr. João Rosa cantou em versos de pura Prosa.
Veredas azedas que enclausuram Diadorim:
Serafim desconexo num corpo inverso.
E, agora, andar com cuidado dobrado
faz-se mister. São linhas de Assis.
Gênio do verso, do curso e do Estilo,
do qual se mira o brilho
enquando se vê que o Machado Mulato
ensinou-nos que é do Inconsciente que vêm os atos,
os pactos, os tratos e os retratos
(Freud [se] explica?).
Contaste, Mago Saramago,
de um Homem-Cristo de tal viver
que até se têm vontade de crer.
Vontade de Ler . . .
Escreves, qualquer um que não conheço.
Vaza o que te transborda.
Aquilo que me recorda,
aquilo que me acorda.
Aquilo, que do pescoço afasta a corda.
Tanto lápis a desenhar
o que se move no mesmo lugar.
Sentimentos não mudam nos momentos.
Ainda se cheira saudades do lar;
de algum afagar.
Eu, poeta-pretendente, leio a escrevinhadora
e me pergunto se a sua solidão
é como a minha: desejada e assustadora.
Terão outros essa vontade de Silêncio?
Esse desejo de Longe?
Sincera homenagem aos (as) Escritores (as) que fazem esse espaço, onde me abrigo.