Um só
Não pense o dia de ontem.
Deixe o suor da guria banhar o peito.
Sinta esse calor pulsante
a enrijecer toda veia e musculatura que houver.
Acaricie seus laços,
vossas carnes a tocarem-se por toda parte.
Beija este corpo!
Transcenda a pele
e vá de encontro à alma.
Que as mãos se unam
e tornem-se a fonte sádica e primária
dos desejos tão íntimos do coração.
A dor do prazer
é a loucura de poder sentir a vida no instante de atrito;
de constantes palpitações do sangue tão louco e corrente.
Brindemos a Dionísio,
que outrora esteve conosco
a rir desesperadamente da loucura de uma madrugada fria.
Madrugada estranha e surpreendente
como teu sorriso sarcástico e desconfiado da verdade que nos esperava:
Sentir este amor tão pungente,
tão vivo no âmago de nossas carnes.
Ó, como te quis
e te quero
a cada incoerência de uma narrativa poética.
Seja por falta de vocabulário,
ou pelo simples fato de eu sentir o prazer de construir a vida;
eu te amo.
Tenho tudo que é teu.
Cada parte de teu corpo.
Eu te sou
a cada respirar,
e a cada alucinação ou sonho em que eu toque tua face,
ou teus cabelos compridos
que salvam - me dessa guerra em meu ser.
Fujamos agora!
Nesta loucura de pensar o pior do mais belo de nossas vidas.
É apenas a nossa vida
e o nosso amor que sangra
nesse saber mal entendido
de ter um corpo no outro;
a sonhar a saudade da infância.
Acredite quando digo - te:
Te amo,
és minha vida
e meus erros.
Brindo por ti
de louvores a Vênus,
esperando a verdade do teu coração tão puro.