Renascimento
Inspirada por mim mesma! Revi um dos muitos desenhos meus que saíram em Estalo, a revista . Lá, ilustrou um poema, mas já o tinha feito, quando o poema chegou.Agora, publico-o .Detalhes.
Abaixo , o poema que escrevi na madrugada de ontem para hoje.Tenho mesmo uma série de "Historietas Poéticas".
Fotografei detalhes, é a bico-de-pena, em nankim ...
Parece que a ilustração, qual uma noiva ,esperou o no(i)vo poema.
Renascimento
O Homem sozinho,
nas teias do abandono,
nas brumas da saudade,
no espaço imensurável da solidão
que não podia povoar
sem outro vivente a seu lado,
povoou-se de pensamentos sombrios.
Desinstalou-se da alegria pura.
Música, apenas a do pássaro na gaiola,.
Quase nenhuma alimentação,
água e alguma fruta.
O homem andava em círculos.
A casa, sombria, as janelas cerradas.
O homem, emagrecido, quase flutuava,
enquanto falava consigo mesmo.
A mentora do abandono, nem sabia
que a dor seria tanta, e sumiu nas dobras do tempo.
Do homem de cabelos crescidos, dizia-se que enlouquecera.
Então, um lápis é encontrado em uma gaveta lotada.
Uns papéis amarelecidos, foram colocados sobre a mesa,
por um anjo de olhos de cristal, durante seu inquieto sono.
Ao beber chá de maçã, o abandonado
quase sem perceber, começou a desenhar
círculos apertados e espirais quase fechadas.
Encheu todo o rosto de uma folha, amassou e jogou fora.
Depois, foi ampliando o diâmetro das linhas curvas.
Abriu um basculante.
Dias depois, uma das janelas.
O sol começou a clarear o recinto, os cômodos .
Viu poeira e varreu o chão, limpou os móveis...
Numa tranqüila manhã, olhou uma página vazia
e as linhas tornaram-se Letras
com peso de números.
"No princípio, era o Verbo":
Criador e criaturas
embalaram-se nos braços da Poesia
nascida de tanta dor.
Palavras e desenhos
agora cobriam as faces dos papéis antigos.
O homem então, lembrou-se da porta fechada.
Nem lembrava mais que tinha a chave,
então, a rodou na fechadura.
A luz intensa do sol, quase o derrubou,
desacostumara-se da luz,
esquecera do jardim.
Era Primavera , abriu bem os olhos para a festa das cores
e um deslumbramento
tomou conta de seu pensamento.
Então, saiu para vida,
foi à papelaria
comprar um caderno novo,embriagado de adrenalina,
pela emoção de saber-se novamente, VIVO...
Dentro de casa, as aranhas começaram a sair dos cantos.
Ao retornar, alegre e cheio de vigor,
abriu a porta da gaiola
e soltou o seu canário.
Reinstalou-se em seu prórpio espírito,
jpa quase de si mesmo esquecido.
E renasceu de si.
Talvez mais tarde, o renascido
compre um computador...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, 07/10/2008
Inspirada por mim mesma! Revi um dos muitos desenhos meus que saíram em Estalo, a revista . Lá, ilustrou um poema, mas já o tinha feito, quando o poema chegou.Agora, publico-o .Detalhes.
Abaixo , o poema que escrevi na madrugada de ontem para hoje.Tenho mesmo uma série de "Historietas Poéticas".
Fotografei detalhes, é a bico-de-pena, em nankim ...
Parece que a ilustração, qual uma noiva ,esperou o no(i)vo poema.
Renascimento
O Homem sozinho,
nas teias do abandono,
nas brumas da saudade,
no espaço imensurável da solidão
que não podia povoar
sem outro vivente a seu lado,
povoou-se de pensamentos sombrios.
Desinstalou-se da alegria pura.
Música, apenas a do pássaro na gaiola,.
Quase nenhuma alimentação,
água e alguma fruta.
O homem andava em círculos.
A casa, sombria, as janelas cerradas.
O homem, emagrecido, quase flutuava,
enquanto falava consigo mesmo.
A mentora do abandono, nem sabia
que a dor seria tanta, e sumiu nas dobras do tempo.
Do homem de cabelos crescidos, dizia-se que enlouquecera.
Então, um lápis é encontrado em uma gaveta lotada.
Uns papéis amarelecidos, foram colocados sobre a mesa,
por um anjo de olhos de cristal, durante seu inquieto sono.
Ao beber chá de maçã, o abandonado
quase sem perceber, começou a desenhar
círculos apertados e espirais quase fechadas.
Encheu todo o rosto de uma folha, amassou e jogou fora.
Depois, foi ampliando o diâmetro das linhas curvas.
Abriu um basculante.
Dias depois, uma das janelas.
O sol começou a clarear o recinto, os cômodos .
Viu poeira e varreu o chão, limpou os móveis...
Numa tranqüila manhã, olhou uma página vazia
e as linhas tornaram-se Letras
com peso de números.
"No princípio, era o Verbo":
Criador e criaturas
embalaram-se nos braços da Poesia
nascida de tanta dor.
Palavras e desenhos
agora cobriam as faces dos papéis antigos.
O homem então, lembrou-se da porta fechada.
Nem lembrava mais que tinha a chave,
então, a rodou na fechadura.
A luz intensa do sol, quase o derrubou,
desacostumara-se da luz,
esquecera do jardim.
Era Primavera , abriu bem os olhos para a festa das cores
e um deslumbramento
tomou conta de seu pensamento.
Então, saiu para vida,
foi à papelaria
comprar um caderno novo,embriagado de adrenalina,
pela emoção de saber-se novamente, VIVO...
Dentro de casa, as aranhas começaram a sair dos cantos.
Ao retornar, alegre e cheio de vigor,
abriu a porta da gaiola
e soltou o seu canário.
Reinstalou-se em seu prórpio espírito,
jpa quase de si mesmo esquecido.
E renasceu de si.
Talvez mais tarde, o renascido
compre um computador...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, 07/10/2008