Contemporânea
Quero a essência de um cachorro vira-latas sarnento e sociável
O olhar convidativo de coitado
Que revela a criatura
Quero a solidão dos vértices dos arranha-céus
O zunido dos ventos gelados
A contemplação urbana
A amargura do metrô lotado
Abarrotado de ira interior
Emitida por cada ente sufocado
Quero o sexual de macias minhocas
Seres hermafroditas
Sem culpa para lançar.
O som expressionista do O Grito roubado
Por hora sufocado, agora deteriorado
Pelos mesmos ladrões de vozes
O sucudir das pernas
Daqueles que esperam
Ansiosos por esperar
A paranóica vibração dos órgãos públicos
A estabilidade burocrata
Insanidade a verberar
O cheiro intimo das rodoviárias
O tutano do ozônio, a infância da gurizada
O odor da gordura, a água e a nóia parada.
Quero a bestialidade de implantes de silicones
Inertes, inodoros, incolores, insípidos e imbecis.
A humanidade das feiras populares
Famintas, instintivas
Em seus devidos lugares.
A eternidade de baratas abastadas
A carapuça antiatômica, o fôlego parasita
Burguesas e mal amadas.
A atividade célere da Internet
Árdua radioatividade
Sempre se auto remete
Quero o panorama das bolsas de valores
Egocêntrica paisagem
O circo dos horrores.
Quero o desprezo varonil de prosaicos sociopatas
Esquizofrênica simetria que equilibra e compacta,
A hipocrisia e o contemporâneo.
O desespero dos olhares robotizados
A caminho do trabalho, labuta, sina e acaso
A marcha dos enfadados
A intuição mundana
Que flui do cansaço
É quando o peito poupa o laço
A carne converte-se em aço
Não havendo o que lançar
Tolera-se o balaço.
Quero a inocência antecipada das crianças
Educadas por imagens, signos de semelhança
Nos molde adequados fúteis da moda
Que inútil e ordinária continuamente se relança.
A empáfia boçal dos que se orgulham da ignorância
Não lêem, não contestam, não gritam, não protestam
Mas esperam em Deus enquanto Ele lava as suas mãos.
Quero o alento arcano do cosmos
O sorriso de Deus
E a beleza do mal.
Quero a essência de um cachorro vira-latas sarnento e sociável
O olhar convidativo de coitado
Que revela a criatura
Quero a solidão dos vértices dos arranha-céus
O zunido dos ventos gelados
A contemplação urbana
A amargura do metrô lotado
Abarrotado de ira interior
Emitida por cada ente sufocado
Quero o sexual de macias minhocas
Seres hermafroditas
Sem culpa para lançar.
O som expressionista do O Grito roubado
Por hora sufocado, agora deteriorado
Pelos mesmos ladrões de vozes
O sucudir das pernas
Daqueles que esperam
Ansiosos por esperar
A paranóica vibração dos órgãos públicos
A estabilidade burocrata
Insanidade a verberar
O cheiro intimo das rodoviárias
O tutano do ozônio, a infância da gurizada
O odor da gordura, a água e a nóia parada.
Quero a bestialidade de implantes de silicones
Inertes, inodoros, incolores, insípidos e imbecis.
A humanidade das feiras populares
Famintas, instintivas
Em seus devidos lugares.
A eternidade de baratas abastadas
A carapuça antiatômica, o fôlego parasita
Burguesas e mal amadas.
A atividade célere da Internet
Árdua radioatividade
Sempre se auto remete
Quero o panorama das bolsas de valores
Egocêntrica paisagem
O circo dos horrores.
Quero o desprezo varonil de prosaicos sociopatas
Esquizofrênica simetria que equilibra e compacta,
A hipocrisia e o contemporâneo.
O desespero dos olhares robotizados
A caminho do trabalho, labuta, sina e acaso
A marcha dos enfadados
A intuição mundana
Que flui do cansaço
É quando o peito poupa o laço
A carne converte-se em aço
Não havendo o que lançar
Tolera-se o balaço.
Quero a inocência antecipada das crianças
Educadas por imagens, signos de semelhança
Nos molde adequados fúteis da moda
Que inútil e ordinária continuamente se relança.
A empáfia boçal dos que se orgulham da ignorância
Não lêem, não contestam, não gritam, não protestam
Mas esperam em Deus enquanto Ele lava as suas mãos.
Quero o alento arcano do cosmos
O sorriso de Deus
E a beleza do mal.