Meu Rio de Janeiro

Ninguém entende a minha sina

A minha sorte, a que eu vim

Para todos sou puro devaneio

Mas o que eu quero, é sair daqui.

Beijar os pés do Redentor

Comer aquele imenso Pão de Açúcar

Me confundir com as curvas do chão de Copacabana

E ser a “vadia gaivota” a sobrevoar

A Pedra da Gávea sobrevoar...

Ah! Eu quero uma cidade sem paredes

Pra minha voz ecoar

E nem me interessa um Rio de dinheiro

Porque o que me interessa mesmo, é você, meu Rio de Janeiro!

E de tudo o que tem

De tudo o que é

Dê-me apenas tardes do seu mar

E em algumas noites, vez em quando

Boas festas, que é para eu me espalhar

Ficar assim, molinha... bem alegrinha

Mas não me sirva champanhe não

Traga-me sim, uma boa caipirinha

Com bastante açúcar, e muito mais limão

Porque é assim que volta e meia

Eu me rendo ao canto da sua Sereia

É assim que eu me faço brasileira canção

E quando chegar a velhice

Eu tiver que sorrir ao relembrar estas mesmas palavras

Quando tudo não passar de juvenis devaneios

Ainda assim, tudo valerá e terá valido a pena

Porque, no fundo, o que eu quis mesmo,

Foi estar com você, meu Rio de Janeiro!