MINHA NÃO ÉS
Se te dei este nome
Puta !
É porque merecestes
És puta, sim
Fizestes tudo que eu queria
Te entregastes
Integralmente
Como uma mercadoria
Te assustei...
Te ameacei...
Te feri
E você, nem aí
Puta !
Prostituta, do arroz e feijão
Do papai-e-mamãe
Sem qualquer emoção.
Te mantive anos à fio
Como se mantêm
Uma vaca no cio
Ou um cachorro vadio
E hoje.
Sou cafetão da própria esposa.
Me sinto vazio
Puta que pariu !
Porque você não reagiu ?
Este meu poema, é uma homenagem a um dos melhores textos que já li nos últimos tempos: TUA... SOMENTE, de Nadya Haua, que transcrevo abaixo :
Deste-me outro nome
Puta!
Sou puta sim !
Nessa tua linguagem mais barata
Sou puta
Tua prostituta
Pois assim me fizestes
Desejastes-me
Assim me manténs
Gritas...
Berra...
Ameça...
Assusta...
E o m edo apavora
Porque a puta está só
Muito só
Na vida que a tua vida desejou.
Entrego-me...
Ofereço-me...
Vendo-me...
Troco-me...
E eu reconheço
Casa...
Alimento
Aparências...
Nenhum contentamento.
Sou puta sim
Aquela das piores espécies
Sem segurança
Tendo apenas um abrigo
Pior que prostituta
Sou puta de um só marido !