Casa Fantasma
Vozes sempre calam
Quando se tem que dizer a verdade,
Mas os olhos falam
Aquilo que o sopro esconde
Fantasmas não amam
Correm no tempo fugindo
Do que cresce em cima da grama
O sangue que correu dos meus olhos
Hoje me cansa os sentidos
De ter que ouvir nas paredes dessa casa
Esses frios e cálidos gemidos
Vampiros não amam
Correm no tempo buscando
Uma vítima prostrada em uma cama
Minhas raízes me prendem
Sugam da terra o vital
Meus galhos se rendem
A tudo que é mortal
Árvores mortas não amam
Correm no tempo esperando
Algumas pessoas mansas
Minhas paredes caem
Minha porta bate com o vento
Meus espíritos saem
Em busca de alento
Casas velhas não amam
Correm no tempo se despedaçando
Sempre que as pessoas as abandonam