Casa Fantasma

Vozes sempre calam

Quando se tem que dizer a verdade,

Mas os olhos falam

Aquilo que o sopro esconde

Fantasmas não amam

Correm no tempo fugindo

Do que cresce em cima da grama

O sangue que correu dos meus olhos

Hoje me cansa os sentidos

De ter que ouvir nas paredes dessa casa

Esses frios e cálidos gemidos

Vampiros não amam

Correm no tempo buscando

Uma vítima prostrada em uma cama

Minhas raízes me prendem

Sugam da terra o vital

Meus galhos se rendem

A tudo que é mortal

Árvores mortas não amam

Correm no tempo esperando

Algumas pessoas mansas

Minhas paredes caem

Minha porta bate com o vento

Meus espíritos saem

Em busca de alento

Casas velhas não amam

Correm no tempo se despedaçando

Sempre que as pessoas as abandonam

Arthur Dantas
Enviado por Arthur Dantas em 05/10/2008
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