LIBERTA-ME, POESIA!
Desamarra o verbo e o verso,
Desembaraça-te, poeta!
Liberta a palavra!
A palavra melancólica,
A palavra vibrante,
A mansa e a enfurecida,
A erudita e a vulgar,
A palavra acetinada pelo amor,
A bêbada de paixão,
A orvalhada pelos olhos,
A gaguejada pela emoção.
Libertas todas,
Correrá solta a Poesia,
Nua e descabelada,
Descalçada,
Doida!
Quanto mais nela se pensa,
Mais se a liberta.
Pensá-la constantemente
Não é cálculo,
Senão instinto de sobrevivência...
De si, de mim, de ti.
Catarse.
Remoção.
Nudez de sentimentos e pensares.
Palavras corrediças.
Palavras que lavro e que lavras,
Livres como borboletas!
Borboletas com asas de poesia,
Translúcidas e vaporosas.
Entra, aragem perfumada do Olimpo!
De minha casa há muito destravei a tranca.
Entra e me liberta,
Endoidece-me!
imagem encontrada na internet