Voltando à origem, escrevi com prazer
Amanheci organizando rabiscos que escrevi pela noite.
E em meio à insônia, redescobri o prazer de viajar com uma caneta e um papel,
à luz do abajur, tive a noite e o céu
na palma da mão.
Não quis levantar, nem ir ao computador, tão frio e expectante.
Aproveitei o instante para voltar ao passado,
escrever em papéis amassados
o que vinha na mente.
E de forma inconsequente
escrevi sobre o amor, a paixão,
companhia, solidão.
Escrevi com prazer
sobre tudo que me fazia sofrer.
Paixão e amor. A paixão, patologia,
o amor, profilaxia.
Mata-se por paixão e morre-se por amor,
união do prazer e da dor.
Vivê-los é sempre profundo, nem que seja um segundo
posto que viram o mundo
de pernas para o ar.
Apaixonar-se ou amar,
pouco importa, é minha maneira mais torta
de viver, de sentir, respirar.