Cravos, dálias e jasmins...
Nenhuma flor desenha a tua boca.
És parte seca de um jardim,
A flauta silenciosa,
Folhas ocres
Em que borboletas se despedem
Das estações.
Lá fora, pássaros parados no céu
Sem pautas do que foste
Ou pensamentos musicais.
Gotas da tarde na penumbra
Misturando céu e rio,
Levando diluído barquinho
Com os fantasmas de outrora.
Rota, a corda que desce ao poço
Até o ranger da porta
Em que se abre a casa da solidão.
Cinza lá fora
Cinza lá fora
Saudade mora
No pensamento.
É nesta hora
Em que se chora
Branco lamento.