Deserdada
Louca, louca e como sofro!
A dor da indulgente desgraçada
A dor de uma megera deserdada
De uma mente insana inconformada
Eu tinha em pote o ouro afortunado
Tinha a flecha esperta presa ao peito
Doces pétalas perfumando o leito
Qu'em abundância viva, era estreito.
Mas hoje só o assola a mágoa escura
Hoje, ai, hoje é só de pranto
O pranto que em delongas se perdura.
Pois se antes tinha eu a vida flora
Sozinha destruí a todo encanto
E agora a minha alma se deplora.