Televisão

Televisão

Nem carece mais o ópio

A realidade agora é virtual

O esperado não é mais óbvio

Maldito mundo artificial...

Onde estará a Lua ?

Quiçá eu soubesse do Sol...

Numa época em que os dias não são mais

E tudo acontece de olho na noite

Numa época em que guerras transcendem a paz

E mesmo as noites podem também perder-se

Só o que resta é o controle remoto

Só resta a TV

TV janela da sala pro mundo

Se é noite ou dia, Lua ou Sol

mude, mude o canal

se há de encontrar

O mundo é a escolha vil dum botão

Não se abrem mais as janelas

Ninguém precisa do Sol

Pois ele já é – na Televisão.

Maldito ópio moderno

Que serviço este monstro nos presta ?

Infame janela do inferno

Serão tuas cores... só o que resta ?

Onde estará a Lua ?

A quanto não pisamos na rua ?

Não saímos de casa

E não desligamos

A Televisão ?

Faz tempo !

Rodrigo Augusto Prado

Rodrigo Augusto Fiedler
Enviado por Rodrigo Augusto Fiedler em 04/10/2008
Código do texto: T1210608