QUANDO OLHO NO ESPELHO

Quando olho no espelho

Não vejo as rugas

Não encontro gorduras

Os fios brancos permanecem invisíveis

Flacidez e estrias? Onde?

Os lábios, uma linha fina? Pura imaginação.

São máscaras doadas pela vida.

Quando me olho no espelho

percebo que os anos não apagaram a minha alegria,

o sorriso franco e a ousadia.

Os olhos ainda riem de abobrinhas

Presente um certo quê de saudade.

Converso com a menina travessa

Nela ainda encontro quimeras!

A adolescente de sardas

Ás vezes eufórica, outras emburrada,

Sempre sonhadora.

Encontro meus personagens

A virgem-mulher ,

A Maria-mãe,

A profissional.

Experiências acumuladas.

Esse espelho mágico

Mostra-me por inteiro

Pessoa ... gente...

Forjada na luta, nas incertezas,

Na dualidade do bem e do mal.

Encontro de gerações

Personagens da minha história

Como bailarinos dançam

A sinfonia da vida

E nele presente e passado

Convivem.