Qual é o seu.

Sentado na cadeira

Em frente ao computador

Fogem-me os temas

Imprecisa fica a razão

Busco não sei onde

Dentro de mim

Algo que possa contar

Nada conto porque

Eu não encontro

Apesar de procurar

Tal qual um louco

Catador de sonhos

Tento sem conseguir

Hoje não é a noite

De contar nada

Porque não me lembro

De nada para contar

Paro

Leio

Releio

Tudo que até aqui

Escrevi

Sei por experiência própria

Que isso acontece

Às vezes com quem escreve

Sei que você que lê

Também escreve

E é capaz de entender

E sei também

Que não precisaria escrever

O que agora escrevo

Mas, escrevo porque.

É o que me ocorre agora

Que escrevo com esse método

De escrever por impulso

Como vem vai um turbilhão

Que acontece

Como uma erupção

Não dá tempo

Para parar

Quando penso

Não escrevo

O que quero

Quando escrevo

Não penso

Apenas escrevo

Já disse isso

Mas, assim é.

Comigo

O impulso

Leva-me

Ao ato de escrever

Na guerra na luta

Interna que travamos

Ao escrever e sobre o quê

Escrevemos na solidão

De nos mesmo

As palavras vão sendo colocadas

E as frases vão surgindo

Os versos ficam prontos

Os poemas ficam prontos

E ai depende do leitor

Que ao ler conclui

E dá o veredicto final

Afinal

Qual é o seu?

ABittar

Poetadosgrilos