Rosas
Num espinho de rosa, sangrei.
Ora, bolas! Das rosas, não sei!
Meus tímidos olhos que machuquei
Pra rosas olharam, pra verdade não olhei.
Pois, na sua beleza,
Na sua singeleza,
Com toda a completa certeza
O fruto da Mãe-Natureza.
Têm espinhos e fura,
Sangra e machuca;
Mas coração se cura
De sua travessura.
Num espinho de rosa, me feri.
Ora, bolas! Nas rosas, senti
Dos amores que tanto vivi
A surpresa do medo de reagir.
Se amas ardentemente
E inconscientemente,
Quero-te eternamente,
Meu amor inocente.
As rosas cheirosas,
De aromas, gostosas,
São rosas pra uma rosa.
Que aroma! Saborosa!
Mesmo que teus espinhos
Machuquem-me aos pouquinhos,
Não quero estar sozinho!
Quero-te em meus caminhos!
Rosa, te aninho
Com todos os meus carinhos...
As rosas do cais
São as rosas do Pai:
"Olhai e enxergai,
Rosas são todas iguais!"