Distanciados
Te Lembras ?
eu daqui... tu me encantavas daí...
palavras soltas no ar
tela sem vida...a distanciar
apenas ela a nos separar....
ingênua ternura a nos rodear
caminhos e trilhas e ninguém a censurar.
Acontecimentos abstratos,
obscuros, atentos, inexatos
causas de poetas casados com o poetar,
lembranças que infestam,
de onde,nem sei onde parar,
nem quando, nem porque,
nos distancia...a vegetar.
Não somos parte do mesmo espaço...
não nos inteiramos do mesmo assunto...
não compartilhamos diversidades
e continuamos assim, sozinhos,
tristemente acompanhados,
por metades que não somos nós...
No esconderijo de lágrimas, a sós.
Venho vasculhar o que não guardei,
Procurar o que bem sei...
deixar um abraço, um beijo sofrido
e uma cálida rosa que apanhei,
sem perfume, sem viço, sem vida
sem sentidos, mas vistosa
Sem rumo, por ti esquecida.
Verdades...pequenas verdades,
compartilhadas apenas,
por um coração solitário demais
para superar o silencio....
silencio gelado, quieto e distante....
silencio de uma noite sem lua,
a olhar um vácuo...nada para encontrar,
em afagos errantes...
enfim...assim...distanciados...
...ninguém para amar.