VELHO É O MUNDO
um mapa de idade desenhado no meu rosto...
fui jovem, fui adulto
[limitado]
um sem-fim
enquanto um mapa de idade visivelmente desenhado no meu rosto...
[gastei o tempo]
destemi brotoejas, destemi rugas,
enfiei a cara no mundo
[um talvez]
tal um cara-pintada de uma era de aquário
quando a criatividade crescia para o alto, qual arranha-céus!...
[venci o tempo]
como companheira, uma mulher parecidíssima comigo
– a minha cara –,
e, como melhor amigo, um espelho
que – de tanto quebrar-lhe a fuça, de tanto beijar-lhe a face,
mal parecia ter feito a barba
[velho é o mundo]
és jovem, és adulta,
uma sem-fim apaixonada:
mulher que não teme rugas ou brotoejas
– minha cara –
esculpida em mármore de Carrara
[venci a idade]
és a companheira com quem divido a penteadeira,
que traz no rosto o mapa do tempo que gastei – até chegar-te!