Tarde
No quadro do céu
o sol irradia a cor púrpura
de uma ternura plácida
da breve aurora borrada.
No remanso do seu leito
O mar aconchega o sol,
Que chega risonho
E mergulha num chiado
intrometendo-se entre águas remotas
Cheias de monstros e segredos,
Cheias de sereias,
Cheias de medo.
Alaranjam-se as nuvens
A pincelarem cores avermelhadas,
que arranham e lavam com sangue
a tela que se exibe sorridente,
E que se assenta num quadro perfeito
diferente a cada dia,
É quando a noite faz-se ausente.