Alegre Pierrot
Carrego na memória tua cara,
Murmura nos meus nervos tua boca…
O ardor de meu amor, que assim se amouca,
Anima esta cabeça, e ela não pára!
Tu pensas mau que eu fique nesta louca
E fastidiosa dor que nunca sara?
Mas sabe, permaneço co’esta tara
Por justificação que a torna pouca…
Se o cérebro se ocupa em demasia
Contigo, é que o dolente coração
Se encheu com tanto amor e tal mania,
Que, se eu não os partisse com a razão,
Meu coração amante explodiria
Por palpitar tão forte de paixão.