Dia de negação
Hoje meu versos se recusaram,
num ato de pleno descontentamento,
aos meus mandos desobedeceram,
diante de meu imenso sofrimento,
em mim queriam ver poesia,
mas em mim não havia alegria.
Hoje meu espelho se negou,
a refletir aquela pessoa,
alguem que ali em silencio gritou,
um grito que em mim ecoa,
por uma vida repleta de poesia,
mas em mim não havia alegria.
Hoje a cama não me aceitou também,
alegando querer em mim serenidade,
mas em mim, apenas vontade de alguém,
vontade de uma plena felicidade,
mas em mim escapava a poesia,
em mim não havia alegria.
Hoje meus sonhos espertos,
me quiseram ver bem pra longe,
não me queriam triste por perto,
comigo brincaram de esconde-esconde,
de mim esconderam a poesia,
pois em mim não havia alegria.
Hoje meus piores pesadelos me disseram não,
temendo em mim grande concorrência,
sobre o rosto coloquei minhas mãos,
pedindo um pouco de resistência,
chamei de volta então minha poesia,
para que haja em mim alegria.