DESESPERO DE UM PARDAL

Fim de tarde triste

Prenúncio de chuva

Ventos fortes insistentes

Embalavam as folhagens

Dos arvoredos agitados

Pássaros entre vôos rasantes

Começavam a se recolher...

Ao chão enrolado

Ao pescoço por fino cordão de linha

Que tentava levá-lo ao aquecido ninho.

Procura com suas garras

Desvencilhar-se, inutilmente...

A cada tentativa, enrolava-se,

Muito mais ainda...

Jogado a um canto no chão

Ofegante, conformado com a sorte,

A todo instante piava exaustivamente

Ecoando mensagens sem fim

Parecia que chegava ao fim...

Liberado das dificuldades,

Olhava-me meio assustado

Colocado à palma da mão

Aliviado do incômodo

Ofegante ainda,

Olhou-me de lado agradecido

Ensaiou alguns pios,

Bateu asas e voou!...

10 JAN 01

Pedro Costa
Enviado por Pedro Costa em 29/09/2008
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