DESESPERO DE UM PARDAL
Fim de tarde triste
Prenúncio de chuva
Ventos fortes insistentes
Embalavam as folhagens
Dos arvoredos agitados
Pássaros entre vôos rasantes
Começavam a se recolher...
Ao chão enrolado
Ao pescoço por fino cordão de linha
Que tentava levá-lo ao aquecido ninho.
Procura com suas garras
Desvencilhar-se, inutilmente...
A cada tentativa, enrolava-se,
Muito mais ainda...
Jogado a um canto no chão
Ofegante, conformado com a sorte,
A todo instante piava exaustivamente
Ecoando mensagens sem fim
Parecia que chegava ao fim...
Liberado das dificuldades,
Olhava-me meio assustado
Colocado à palma da mão
Aliviado do incômodo
Ofegante ainda,
Olhou-me de lado agradecido
Ensaiou alguns pios,
Bateu asas e voou!...
10 JAN 01