O SONHO DE VIVIANE.
Ouvi sons
Que viam do quarto
Gemidos sussurados
Entrei suavemente
E vi
Seu corpo nu
Uma sinuosidade felina
Adormecida
Eram suspiros
De um sonho de mulher
Arfava
Arranhando o travesseiro
Num braseiro sem fim
Seus cabelos negros
Soltos em seu dorso
Colosso de mulher
Pernas roliças
Num acabamento perfeito
De escultura humana
Profana?
Deixe estar os conceitos
E no leito
Um som mais grave se fez
Já acordada e por mim invadida
Meio bandida
E louca
Me dando prazer
Já agora quem uivava era eu
Plebeu diante de sua Rainha
Na rinha
Do amor ensandecido
Na loucura de bocas e mãos
Que se procuram e logo se perdem
No banquete febril
Até que um jato quente
Mais ardente que nós
Se fez...
Desfalecendo os dois
Num recomeçar outra vez.
Um presente com carinho para Viviane Abreu.