VALQUÍRIA
No rubro escrínio de meu coração
Tenho as saudosas horas de alegria
Que curtimos nos transes da ilusão
E que serem eternas, parecia.
Mas... Veio a louca e hedionda ventania
E as varreu sem nenhuma compaixão,
Deixando apenas triste poesia
Com pobres rimas, sem inspiração.
Guerreiro sem espada e sem couraça
Como posso bater-me em campo aberto?
Espezinham-me agruras de chalaça
Enquanto vivo um pesadelo incerto.
Bem armado, o inimigo é tão feroz,
Mas lutarei com fé e com denodo.
Enquanto não calarem minha voz
Estarei combatendo, o tempo todo.
Se eu cair pelos campos de batalha,
Uma Valquíria compassiva e santa,
Há de me recolher, com a mortalha,
Para levar-me ao céu que tanto encanta!