SOMBRA

Eu vou e volto

e ninguém percebe,

despreocupadamente

a vida segue.

Apago meus passos

andando em círculos,

vou me encontrando

em meus próprios vícios.

Abro a geladeira,

estou congelado:

o vento me sopra

pra qualquer lado.

Se vou às ruas,

não me distraio:

me perco na multidão,

por onde eu saio?...

Física Quântica

nunca foi meu forte:

prefiro escolher o dia

da minha morte.

Hoje, amanhã ou depois,

que diferença fará?...

ninguém há de perceber,

ninguém há de notar...

Eu entro e saio

e ninguém percebe.

É tudo estranho

por mais que eu negue...

Por que ninguém fala comigo?

Sou uma sombra à solta no mundo.