Minh´ alma sente frio
Meu exílio dentro de mim não é mais seguro,
E um gélido inverno perdura em todas as estações,
Lembrando-me que tudo foi, é e será dor.
Não adianta mais derramar angustias no papel,
Ninguém me compreenderá, pois fracassei como poeta,
E nada devolverá as palavras que já não sei dizer.
A derradeira brisa da ilusão há muito já se foi,
E até a solidão já não me traz contentamento,
Nada pode desanuviar meu nebuloso descaminho,
Nada nesse mundo me salvará de mim mesmo.
Não há dopante que possa desnortear minha mente,
E nem vinho que possa me embriagar ou entorpecer,
Nenhum vento pode devorar a brasa do meu inferno,
Nada me envolve, nada me aquece, nada!!!
Mesmo envolto de calor, só sinto frio,
O frio de quem se perdeu no labirinto de si mesmo,
O tenebroso inverno da procura pela minha alma.
Thiago Cardoso Sepriano