Flamejantes flancos

Verbo errante que andava solto pelos desertos,

era divindade nas encruzilhadas de viajantes

e bandidos.

Não era possível mas assim era.

Nunca houve um artista como ele, guardião

do portal e dos povos do mundo.

Nesta terra pela noite envolvida

e de magnificiencia incomparável,

a lâmpada da minha alma flameja sem hesitar.

Eleva meu coração e alegra meu espírito.

O sol já ia alto no céu.

Abraçava a terra, cobria-a, beijava-a.

Sobre tua estrada havia sempre a sedução,

que o remetia vorazmente às rodas de fogo.

Ocultava porém uma grande frustração:

esperava ansiosamente ouvir os sons,

aqueles dos outros mundos que os sonhos

do homem construiu.

Ele se ergueu doído, magoado,

num transe de amor insatisfeito.

A passos de lobo, como se houvesse apenas um vento,

voltou-se com todo respeito para dentro do céu

(os celestiais assim quiseram).

Seus longos cabelos flutuavam sobre os montes,

tão pleno de encantos.

"Carregar-te-ei de qualquer forma"

Com essas palavras o anjo desapareceu.

Ele tinha o poder de ler os corações humanos.

kelen
Enviado por kelen em 28/09/2008
Código do texto: T1201615
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