EXISTÊNCIA

EXISTÊNCIA

(ZÉ POLINÔMIO)

Não sou o ponto de partida.

Nem a referência da vida.

Sou apenas um transeunte do universo

Que pensa de seu modo.

Direto ou inverso.

Não sou o centro das atenções.

Nem o motivo das paixões.

Sou apenas um vulto da estrada.

Que às vezes é luz

Que às vezes é nada.

Não sou o homem que imaginas

Nem sigo as regras que ensinas.

Sou apenas a verdade crua

Que às vezes é a minha

Que às vezes é a sua.

Não sou o rumo da estrada.

Nem sou o herói de nada.

Sou apenas conselheiro

Que aconselha a si mesmo

Quando se mira ao espelho

Não sou o núcleo do poder

Nem o herói do saber.

Sou apenas eterno aprendiz

Das verdades e das mentiras

Que essa vida sempre diz.

Não sou a tal palavra que ensina.

Nem a que determina

Sou apenas eu mesmo.

Que às vezes sabe o caminho.

Que às vezes anda a esmo.

Não sou a felicidade completa.

Nem a alegria repleta.

Sou apenas de tal sorte

Que cada dia que passa

Mais se aproxima da morte.