CANTO TRISTE
O sol no horizonte já se apronta
Mas o sangue da literatura,
com as mãos em prosa,
me faz triste cantar.
Não canto a morte em vida.
Só canto o triste despertar.
Porque as notas já semitonadas
se algemam ao pranto
todo o pranto de chorar.
E como uma lenda,
aquela da princesa que dormia,
descanço a pálpebra umidecida
e me transporto para dentro do livro
amarelado pelo tempo
e extraio do sangue da literatura
as notas do meu triste cantar.