@@ ao cair a noite @@
e ao cair a noite
escondo-me na carta de baralho
abaixo do reflexo das luzes
por trás da gota de orvalho
no negrume do longo rio
que aprofundando-me
acabo por morrer no vazio
no embrionário amanhecer
que sorve aos poucos o vento frio
e na quartã de ímpetos sem fuga
no tardar do dia que não chega
as cartas me fazem companhia
até que adormeço sobre a mesa