Epifania
Quantas palavras para se desvendar um segredo?
Com quantas (palavras) terei esse segredo na palma de minha mão?
Eu “sou aos poucos” e deixo pistas para que me alcance(m)...
O tempo – o tempo tece e (eu) desfiguro
e não há síntese para o que sinto...
Às vezes (eu) me antecipo por pura ânsia,
até faço discursos sobre o que penso...
Eu sou ave sem asas ardendo de aflição.
De certo – só que existo de improviso.
Mas, isso não é infâmia – talvez distração...
Ser sensato é ato de contenção
(definitivamente) não existo fora do que sinto.
Mortificar-se é com teu cristo:
o crucificado em êxtase diante do pai
que a tudo assiste – MUDO.
O filho matéria prismada de carne e músculos...
maria borda angustias – RUBRA.
Dos dedos as rosas sbrotam pálidas,
enxuga as lágrimas na colcha
(verde-desistência).
- Vejam! O esfolado... de joelhos...
- Vejam! ... Estou gemendo diante...
dos olhos turvos de meu PAI.
Obs: o texto foi pensado para performance.