SÚBITO IDEAL

Nos labirintos da consciência humana

Eu me perdi na esconsa e fria estrada.

Busquei na lúgubre coorte insana

A utopia de uma alma apaixonada.

Busquei em vão na catedral profana...

E o que encontrei? A máscara do nada!

Tomei de minha fria durindana

E deixei a minh’alma retalhada.

Hoje, quando a ampulheta da maldade

Já marcou tantas dores e castigos,

Na carusma hedionda da saudade,

Recorri a consolos mais antigos.

Matei meu tempo em versos fantasia

E enterrei-o no fundo do quintal.

Estou em outra, cheio de alegria,

Na volúpia de súbito ideal!

Lucan
Enviado por Lucan em 26/09/2008
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