SÚBITO IDEAL
Nos labirintos da consciência humana
Eu me perdi na esconsa e fria estrada.
Busquei na lúgubre coorte insana
A utopia de uma alma apaixonada.
Busquei em vão na catedral profana...
E o que encontrei? A máscara do nada!
Tomei de minha fria durindana
E deixei a minh’alma retalhada.
Hoje, quando a ampulheta da maldade
Já marcou tantas dores e castigos,
Na carusma hedionda da saudade,
Recorri a consolos mais antigos.
Matei meu tempo em versos fantasia
E enterrei-o no fundo do quintal.
Estou em outra, cheio de alegria,
Na volúpia de súbito ideal!