LINHAS DA M ÃO

LINHAS DA MÃO

Abro a mão.

Um redemoinho de linhas me olha , taciturno,

como um espelho quebrado.

Tento desentranhar os traços

que se cruzam e se entrelaçam,

bordando o desenho do meu destino,

mas só tenho ponto de partida, sem chegada.

Quanto mistério se esconde nas entrelinhas

desta arquitetura sem vértice que, dizem,

foi projetada antes do alvorecer

e eu continuo prisioneira desse enigma.

Vislumbro a sombra do meu roteiro,

detalhes incertos, imprecisos,

que nada dizem...

Comparo, indago, insisto,

só uma teia obscura continua a me desafiar

por quantas primaveras houver

entre o princípio e o fim.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 26/09/2008
Código do texto: T1197452