IV CARTA AO MEU AMOR

Minha nega, minha neguinha

O que mais queria hoje

Era poder, na mansitude de teu colo,

Repousar meu ser carente

Minha alma transparente

E contigo comemorar

Um ano ao teu lado.

Que pudesse eu enfim

Jurar mais uma vez

O amor aqui guardado

O desejo desesperado

De te ter inteira e sempre.

Disposta a me querer

Querer sempre se despir

E loucamente se entregar por completo.

As tormentas acometem a esse amor

Algumas dores tristes

Dores que trazem sempre

Poemas lindos de sofrimento

Sofrimento de amar e

Querer bem.

És minha estrela norteadora

Meu sentir sempre profundo

Um despetalar de prazeres

Uma rotina de verões,

O intermitente reagir.

Você em mim me traga

Direto ao fundo do meu próprio poço

Ao gosto de minha libido doentia.

Quando vejo em teus olhos

A vontade de tua alma

Desembaraço sozinho meus nós

Adentro a tua sala comunal

E agarro-te pelos cabelos

Numa ferocidade de amor

Que só nós dois podemos entender.

Minha mãe,

meu negar mais intenso

Antítese fiel de meu orgulho

Domicilio sede de meu destino

Arcabouço discreto de meu todo

Minha onça selvagem

Minha só, só minha,

Até quando sempre

O for.