MONUMENTO
Não vou te registar em meu inventário,
ainda que você seja uma obra-de-arte.
Não é bem imóvel pois você se move (e como se move).
Não vou colar placa de patrimônio,
nem tatuar um código de barras em tua pele.
Afinal você não é material permanente
e muito menos material de consumo.
Se tivesse que te descrever,
diria simplesmente que você é meu amor,
e na hora de dar um valor,
deixaria o campo em branco
pois você não pode ser medida em números.
A localização? A meu lado, na minha cama.
O estado do bem? Bom, muito bom, uma delícia.
E não pretenda pedir baixa por ociosa ou irrecuperável.
Não largo do teu pé, não assino nenhum termo,
não permuto, não dôo, não transfiro e muito menos inutilizo.
Acho mais fácil te tombar como monumento protegido,
E pode deixar que eu assino o termo de responsabilidade.