Desistente
A ânsia bate a porta
Tenho nojo
Não mais de mim mas, do que me tornei.
Preferia a normalidade
Ser alheia
E não ver as coisas
Como elas realmente
Pensam que são.
Dos outros tenho pena
E a pena
É sempre a inveja em ser,
exatamente,
Tão pequeno quanto.
Queria eu ser contente
E não atenta
E perceber nas minúcias
Que não há nada ali para ser reparado.
Queria sentir a falta daquele que partiu
Chorar de saudade
E pensar ser completa com sentimentos medianos
Acima de tudo,
queria ter raiva.
Eu só tenho sonhos,
Apesar.
E uma mente pueril, maculada
por mais que nova,já cansada
e dos sentidos,
Desistente.