Desistente

A ânsia bate a porta

Tenho nojo

Não mais de mim mas, do que me tornei.

Preferia a normalidade

Ser alheia

E não ver as coisas

Como elas realmente

Pensam que são.

Dos outros tenho pena

E a pena

É sempre a inveja em ser,

exatamente,

Tão pequeno quanto.

Queria eu ser contente

E não atenta

E perceber nas minúcias

Que não há nada ali para ser reparado.

Queria sentir a falta daquele que partiu

Chorar de saudade

E pensar ser completa com sentimentos medianos

Acima de tudo,

queria ter raiva.

Eu só tenho sonhos,

Apesar.

E uma mente pueril, maculada

por mais que nova,já cansada

e dos sentidos,

Desistente.

Gabriella Mendes
Enviado por Gabriella Mendes em 26/09/2008
Reeditado em 25/03/2009
Código do texto: T1197118
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