Insônia
Ela me ronda, noite após noite,
Mantendo-me desperta,
Fazendo minha mente se ocupar.
Cada palavra incerta,
Cada suspiro oportuno,
Se transformam em palavras,
Em um doce sussurar.
A pena e o papel me são um calvário,
Pois nunca sei o que deles nascerá.
Entre rimas, sonetos, linhas soltas,
A inquieta insônia vive a me atormentar.
Quando cerro meus olhos,
Ela me cutuca, escancarando-os,
Até que na cama me sente,
A meia luz, como uma demente,
Pena e papel a tabalhar.
Por isso o sono me foge, percebo,
Com tal patronesse a me mover,
E de meus devaneios se aproveitar.
Patroa cruel, a insônia...
Me motiva a escrever, mas me priva o sonhar.