A MÚSICA QUE HÁ EM MIM

A MÚSICA QUE HÁ EM MIM

Não é fácil ser musical.

O canto que hoje tenta nascer

viveu muitos anos encapsulado

coberto por uma cortina de medos

insegurança e conformismo.

Foi difícil romper o lacre e espreitar o outro lado

E mais ainda atravessar o muro, enfrentar o escuro,

expor minhas fragilidades e correr o risco de desafinar.

É mais seguro esconder o sentimento que ensaiar uma nota.

Pode ser que a escala busque memória num setembro antigo

e retorne em forma de suspiros

por um amor que teclou o sonho da menina

e a fez ouvir sons de um violino.

É certo que vento de agosto me sugere “O Viajante”,

acordes de um certo amante que aranhou minha poesia.

Mas mesmo riscada, minha fogueira quis “A Lenha”

e não sei qual foi a senha pra aquele amor desabar.

Ainda assim procuro a música.

Seja ela de vanguarda ou esquecida, popular ou erudita,

basta que mantenha acesa a canção que existe em mim.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 23/09/2008
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