Uma rosa que fora deixada à minha porta (à Raquel de Queiroz)

É uma pequena lembrança que deixaste

Uma rosa cor de rosa, e de pétalas macias

Marcando a entrada da porta que passaste

De onde partiste, deixando a cadeira vazia...

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Mas não é nas rosas que perpetuará o nome teu

Mas sei que teu nome perpetuar-se-á nas rosas

Como um véu que fora jogado de Julieta ao seu Romeu

O vento levará tuas lembranças em versos e prosas...

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E da sua crônica vital, relembrarei teu vulto real

Na releitura que faço, das letras deixadas por sua pena-de-prata

Pois de sua cadeira vazia, não jaz o seu memorial

Pois não há tempo, em que sua lembrança não se retrata...

~

Sei que verás de onde está, que nem toda Maria é moura

Com este amarelo escuro, esparramando-se pelo couro

Mas se são três as Marias, tua memória será duradoura

No arranhar das esporas, deste teu galo de ouro...

~

Mas antes que vá, e que de teu corpo se faça poeira

O menino mágico te fará mais uma estrela, nesta constelação

E no céu sei que brilharás, sempre como a primeira

Pois a vida é efêmera, mas a eternidade não...

~

E desta rosa que me deixaste á minha porta

Farei que se perpetue, como num eterno jardim

Pois neste quadro, não haverá uma natureza morta

Pois tua história teve um começo, mas jamais terá um fim...

Em memória de Rachel de Queiroz

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 23/09/2008
Código do texto: T1192463
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