Uma rosa que fora deixada à minha porta (à Raquel de Queiroz)
É uma pequena lembrança que deixaste
Uma rosa cor de rosa, e de pétalas macias
Marcando a entrada da porta que passaste
De onde partiste, deixando a cadeira vazia...
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Mas não é nas rosas que perpetuará o nome teu
Mas sei que teu nome perpetuar-se-á nas rosas
Como um véu que fora jogado de Julieta ao seu Romeu
O vento levará tuas lembranças em versos e prosas...
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E da sua crônica vital, relembrarei teu vulto real
Na releitura que faço, das letras deixadas por sua pena-de-prata
Pois de sua cadeira vazia, não jaz o seu memorial
Pois não há tempo, em que sua lembrança não se retrata...
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Sei que verás de onde está, que nem toda Maria é moura
Com este amarelo escuro, esparramando-se pelo couro
Mas se são três as Marias, tua memória será duradoura
No arranhar das esporas, deste teu galo de ouro...
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Mas antes que vá, e que de teu corpo se faça poeira
O menino mágico te fará mais uma estrela, nesta constelação
E no céu sei que brilharás, sempre como a primeira
Pois a vida é efêmera, mas a eternidade não...
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E desta rosa que me deixaste á minha porta
Farei que se perpetue, como num eterno jardim
Pois neste quadro, não haverá uma natureza morta
Pois tua história teve um começo, mas jamais terá um fim...
Em memória de Rachel de Queiroz