Castiçais
Quero ser o amor sem dono
Sem que me olvide jamais.
Da vida, colher o pomo
E da paixão, temporais.
Quero mergulhar no sono
Das regiões abissais,
Ressuscitar o profano
De donzelas e missais.
Quero o sonho e catedrais,
A queda de muro alpino,
Que sobressaiam os vitrais
E o luminar divino.
Quero o impossível rumo
Das bandeiras e gerais,
Para o despertar soturno
De um tempo que se esvai.
Quero as cinzas deste inverno
Guardadas em castiçais,
Onde em plenilúnio eterno
Em meus braços tu estarás.